Quando um proprietário está pensando em vender sua propriedade, muitas vezes surgem sugestões para que ele considere oferecê-la com exclusividade para corretores e imobiliárias. No entanto, muitas pessoas ficam inseguras e hesitam em seguir adiante com essa abordagem, talvez devido à falta de compreensão adequada de como esse modelo funciona, embora seja uma prática comum no mercado e legalmente reconhecida na regulamentação da profissão de corretor de imóveis.

Na realidade, a exclusividade na venda de imóveis não é algo complexo de entender. Esse conceito foi adotado no mercado imobiliário dos Estados Unidos há muito tempo e posteriormente introduzido no Brasil com o mesmo propósito: aumentar a segurança nas negociações e melhorar a eficiência na conclusão das vendas. A exclusividade de venda implica confiar a responsabilidade de gerenciar a venda de uma propriedade a um profissional ou a uma imobiliária, em vez de permitir que vários profissionais atuem separadamente nesse processo.
 

Embora seja chamada de “exclusividade”, ela não é tão restrita quanto parece, pois permite que outros corretores do mercado também participem da venda do imóvel, desde que estabeleçam uma parceria com o profissional ou empresa que detém a exclusividade da propriedade. A ideia principal é que um profissional atue como ponto central na gestão da comercialização, garantindo um tratamento dedicado ao imóvel em questão. Assim, a venda exclusiva funciona mais como uma administração especializada do processo de venda, que vai além de simplesmente repassar a responsabilidade a um profissional ou empresa. Inclui serviços exclusivos, como análises de documentos, produção de fotos e vídeos profissionais, destaque em sites e portais de busca de imóveis e até mesmo a organização de eventos de apresentação, como os conhecidos “open houses,” uma estratégia adaptada do mercado imobiliário dos Estados Unidos para o contexto brasileiro.

A gestão especializada da venda por um profissional dedicado é uma maneira eficaz de acelerar o processo de venda de um imóvel. A imobiliária Coelho da Fonseca, especializada no mercado de alto luxo de São Paulo, foi uma das pioneiras a adotar esse modelo no Brasil. André Souyoltigs, diretor geral de vendas da empresa, destaca a eficácia da exclusividade, afirmando que cerca de 40% dos imóveis vendidos pela empresa são resultado de contratos de exclusividade. Esse desempenho de sucesso rendeu à imobiliária o título de detentora do maior número de imóveis exclusivos do mercado, com um portfólio sob gestão maior do que a soma das exclusividades de todas as outras imobiliárias da cidade. Souyoltigs ressalta: “Um imóvel com contrato de exclusividade recebe um impulso significativo no processo de venda, com mais visibilidade e investimento, o que gera um interesse maior por parte dos possíveis compradores.”
 

Além da rapidez e da atenção dedicada ao imóvel, a exclusividade oferece outros benefícios, sendo a segurança um dos mais importantes. A intermediação na venda de um imóvel só pode ocorrer mediante autorização do proprietário, conforme estipula a legislação que regula a profissão de corretores de imóveis. Quando vários corretores obtêm essa autorização, pode haver confusões e até mesmo o risco de o mesmo imóvel ser vendido para duas partes diferentes no mesmo dia. Embora isso geralmente não resulte em consequências graves, pode causar desconforto. A exclusividade ajuda a evitar essas situações ao estabelecer um único profissional ou empresa como responsável pela venda.

Outro aspecto de segurança diz respeito ao investimento significativo, em termos de tempo e recursos, que as imobiliárias e corretores fazem para anunciar um imóvel. Às vezes, esses profissionais são prejudicados quando uma negociação é realizada paralelamente entre o comprador e o vendedor, sem que a intermediação seja reconhecida. O contrato de exclusividade torna a relação mais transparente entre todas as partes envolvidas e garante um maior respeito pelo trabalho dos profissionais que atuam como intermediários no negócio.

 

Fonte: IMOBIBRASIL